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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Norma Cesar R. Pereira

  Foi com grande contentamento que a  ONG Sociedade Amigos da Natureza entrevistou  há uns meses atrás a senhora  Norma Cesar R. Pereira, moradora do bairro Cidade Nova que realiza há mais de 20 anos um trabalho primoroso tanto para o meio ambiente quanto social, visto que além de arborização, Norma se preocupa com árvores frutíferas para que as pessoas possam desfrutar do alimento que a mesma produz. Ela faz mudas através sementes de plantas alimentícias, para seu próprio cultivo  e a mesma ainda é generosa, pois distribui mudas para a comunidade, disseminando o verde em nosso município. Parabéns Norma! O mundo precisa de pessoas com essas atitudes imponentes.

sábado, 3 de setembro de 2011

Atitudes sustentáveis para o dia a dia


Ser uma pessoa sustentável é estar sempre provendo o melhor para você, para as outras pessoas e para o meio ambiente, não só preocupados com o agora, mas principalmente com o futuro.
Pequenas atitudes são capazes de fazer grande diferença. Vejam abaixo:
  • Fechar bem as torneiras e não usar a água além do tempo necessário para a higiene pessoal;
  • Evitar ao máximo o uso de detergentes e produtos químicos na limpeza de casa;
  • Definir um dia para a lavagem de roupas, isso poupará o desperdício de água;
  • Aproveitar a água do molho das roupas para lavar o quintal;
  • Diminuir ou até acabar com o uso de sacolas plásticas;
  • Separar os objetos recicláveis dos não recicláveis;
  • Nunca jogue nenhum tipo de lixo na rua;
  • Troque as lâmpadas comuns pelas lâmpadas fluorescentes;
  • Não deixe lâmpadas acesas sem necessidade;
  • Mantenha fora das tomadas os eletrodomésticos após usá-los;
  • Deixe sempre o carro em casa quando tiver que ir a algum lugar perto;
  • Combine com os amigos rodízio com os carros para ir para o trabalho, escola, ou levar os filhos para escola ou passeio. Se isso não for possível, prefira os transportes coletivos;
  • Ensine as crianças o quanto é importante cuidar da natureza e incentive seus vizinhos a terem os mesmos cuidados que você está tendo.
  • Quando se hospedar em hotéis, deixe claro que não precisa trocar as suas roupas de cama e banho todos os dias;
  • Não provoque queimadas.
Ser sustentável não é tarefa tão difícil assim e qualquer pessoa pode adotar este perfil. Basta agir com coerência e ter consciência que, atitudes que embora pareçam pequenas, são muito importantes para o socorro a todos os seres vivos desse planeta.
Fonte:  http://mundoverde.com.br/blog/2011/05/13/atitudes-sustentaveis-para-o-dia-a-dia/

E você? Pratica Sustentabilidade?


Sustentabilidade é um termo que foi criado para definir um conjunto de ações relacionadas uma com as outras e atividades humanas que visam suprir as atuais necessidades sem prejudicar as próximas gerações, ou seja, a sustentabilidade está diretamente ligada ao desenvolvimento econômico, social, ambiental e cultural para que se possam evitar contínuas agressões ao meio ambiente, fazendo com que seja feita a utilização inteligente dos recursos naturais para que se garanta um desenvolvimento sustentável. O que traduz o termo ainda melhor é CONTINUIDADE, pois é o que é visado, continuidade do nosso planeta sem prejudicá-lo mais do que já foi prejudicado, ou seja, se não tem como reverter os danos que foram causados, o melhor é tentar manter as atuais características.
O termo foi utilizado pela primeira vez por uma norueguesa chamada Gro Brundtland, ex-primeira ministra de seu país, em 1987, e ao publicar um livro definiu o termo pela primeira vez, da seguinte forma: “Desenvolvimento sustentável significa suprir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades”, ou seja, a proposta não é somente salvar o planeta com boas ações ecológicas e sim garantir que as gerações futuras consigam suprir suas necessidades de forma semelhante à geração atual.
A adoção de ações sustentáveis garante a pequeno, médio e longo prazo, boas condições para o desenvolvimento das variadas espécies de vida, inclusive o ser humano, garante recursos naturais em quantidade razoável para as gerações futuras e a qualidade de vida destas.
Para conscientizar-se e garantir a sustentabilidade já há muitas formas, como:
  • Exploração de forma controlada dos recursos naturais e, se possível, garantir a reposição do que foi retirado, como, por exemplo, replantar mudas de árvores;
  • Preservação de áreas que não são destinadas a exploração econômica;
  • Incentivos a produção de alimentos orgânicos, pois a utilização de agrotóxicos é menor ou quase nula neste caso;
  • Utilização de energias limpas, como, por exemplo, eólica e hidráulica;
  • Programas de reciclagem de sólidos, como, por exemplo, sacolas, latas, pneus e papelão;
Mas tudo isso é nada perto da ação mais benéfica ao meio ambiente que é aquela que você pode fazer a todo instante, é a redução, redução do consumo de água e energia elétrica, redução da utilização de sacolas plásticas, redução do lixo residencial e empresarial, etc.


  
Autor: Gabi Batista
Fonte: http://www.atitudessustentaveis.com.br/conscientizacao/e-voce-sabe-o-que-e-sustentabilidade/


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O lado escuro da comida

Por Claudia Carmello, Barbara Axt, Eduardo Sklarz e Alexandre Versignassi - A indústria da comida nunca produziu tanta tranqueira. Seu prato polui mais que o seu carro. E estamos sendo envenenados por pesticidas. Ou não? Descubra o que é verdade e o que é mentira nas intrigas que rondam os alimentos

Frango. Água. Maisena modificada. Soda para cozimento. Sal. Glicose. Ácido cítrico. Caldo de galinha. Fosfato de sódio. Antiespumante dimetilpolissiloxano. Óleo hidrogenado de soja com antioxidante TBHQ. Isso agregado a mais 26 ingredientes é o que conhecemos pelo nome de nugget. A receita é produto de um sistema que faz de lasanha congelada a tomates mais ou menos do mesmo jeito que se fabricam canetas, ventiladores ou motos. É a agropecuária industrial. Ela começa nos combustíveis fósseis. Petróleo carvão ou, mais comum hoje, gás natural são a matéria-prima dos fertilizantes. E os fertilizantes são a matéria-prima de tudo o que você come hoje, seja alface, seja dois hambúrgueres, alface, queijo e molho especial - no pão com gergelim.

Verdade - Fertilizante mata
Mata peixes, não pes-soas. Mas mata. Resíduos de fertilizante vão parar em rios, e daí para o mar. Lá eles fertilizam algas e elas crescem. Mas isso não é bom: quando elas morrem, sua decomposição rouba oxigênio da água. E os peixes sufocam. São as chamadas zonas mortas. Existem quase 400 delas nos mares.

Sem eles para anabolizar as plantações, não haveria comida para todo mundo. O problema é que, com eles, podemos ficar sem mundo. "Na porteira da fazenda, ainda antes do uso, um saco de 100 quilos de fertilizante químico já emitiu 4 vezes esse peso em CO2 para ser fabricado. Depois que aplicam no solo, pelo menos 1 quilo daquele nitrogênio (elemento principal do fertilizante) é liberado para o ar em forma de óxido nitroso, um gás quase 300 vezes pior para o aquecimento global do que o CO2", diz o agrônomo Segundo Urquiaga, da Embrapa. Nessa toada, a agropecuária consegue emitir sozinha 33% dos gases-estufa do mundo, mais do que todos os carros, trens, navios e aviões juntos, que somam 14%. 

Além disso, os fertilizantes deixam resíduos debaixo da terra que chegam aos lençóis freáticos e acabam no mar. Mas isso é pouco comparado ao que a comida moderna pode fazer ao seu corpo. Voltemos ao nugget.

VOCÊ É FEITO DE MILHO E SOJA
Os empanados de frango são um dos ícones da indústria de alimentos, baseada, como qualquer outra, em mecanização, uniformização, produtividade. Essas exigências levam a um fato curioso: há quase 40 ingredientes diferentes em um nugget, mas 56% dele é milho. 

A maisena é farinha de amido de milho - o ácido cítrico, a dextrose, a lecitina, tudo é feito com moléculas desse grão. Ou com grãos de soja, dependendo do que estiver mais em conta no mercado de commodities agrícolas (pensando bem, até a galinha é feita de milho e soja - é isso que ela come de ração. Metade da área plantada no Brasil é dominada pela soja, que aparece em 70% dos alimentos processados. E um terço das plantações americanas são lavouras de milho Isso acontece porque soja e milho produzem mais calorias que a maioria das plantas; são resistentes ao transporte e a anos de estocagem, entre outras vantagens competitivas. 

Mas qual é o problema de chegar a essa variedade de comida com apenas dois grãos? Os bois podem dar uma primeira resposta. 

No mundo desenvolvido, praticamente toda a carne sai das fazendas de confinamento - galpões onde os bois passam a vida praticamente empilhados uns nos outros, só engordando. Nesses galpões, a comida do boi não é capim, mas ração à base de milho e soja. O inconveniente é que ele não come grãos. Industrialmente falando, um boi é uma máquina que transforma celulose de capim (algo que o nosso organismo não digere) em proteína comestível - a carne dele. Mas capim é bem menos calórico que milho e soja. Para ele crescer rápido e ir logo para o corte, tem que ser ração mesmo. Só que o metabolismo do bicho pena para processar tanta comida indigesta. A fermentação dos grãos no sistema digestivo dele pode causar um inchaço do rúmen (o estômago do boi) que pressiona os pulmões e pode matar o animal. Para combater isso, os criadores enchem os bois de antibiótico: 70% dos antimicrobiais usados nos EUA são misturados às rações de animais. O problema é que isso cria superbactérias resistentes a antibióticos. É Darwin em ação: os antibióticos nem sempre matam todas as bactérias. Às vezes sobram algumas que, por mutação genética, nasceram imunes ao remédio. Sem a concorrência de outras bactérias, elas se reproduzem à vontade. Nasce uma cepa de micro-organismo mais resistente a qualquer antibiótico. Ela podem ser letal. Ainda mais se for parar na prateleira do supermercado.

Foi o que aconteceu com uma variedade agressiva de Escherichia coli. Em 2001, o garoto americano Kevin Kowalcyk, de 2 anos de idade, comeu um hambúrguer contaminado por essa bactéria e morreu 12 dias depois. O caso produziu algo inusitado: um recall de hambúrguer.

No Brasil isso não é um problema. Só 6% do nosso abate vem de confinamentos, contra 99% nos EUA. Aqui os bois ficam soltos. Bom para eles, pior para as bactérias. Mas pior também para as florestas. Nossos pastos são formados à custa de desmatamento da Amazônia e do cerrado. E isso leva o Brasil ao posto de 5º maior emissor de CO2 do mundo. Quase 52% dos nossos gases-estufa vêm do desmatamento. Para frear isso de forma realista (porque parar de criar bois e de exportar carne não tem nada de realista), a solução é o confinamento. Só que essa modalidade de criação também não é a panaceia para o ambiente. Os galpões de gado causam tantos impactos quanto uma cidade grande: lixo, esgoto, rios poluídos... Até mais, na verdade. Só os animais confinados que existem hoje nos EUA produzem 130 vezes mais dejetos do que todos os americanos juntos. 

Todo esse cocô vai para grandes lagos de esterco, que servem de parque aquático para bactérias: elas podem passar desses lagos para o solo de uma lavoura. Podem e conseguem. Só de recalls de vegetais contaminados por E. coli já foram 20 na última década nos EUA. Em 2009, um surto de salmonela matou 8 pessoas e adoeceu 600 por lá. Grave. Mas não deixam de ser casos isolados. O maior problema da comida hoje é outro: o fator Roberto Carlos. 

IMORAL E ENGORDA
O Rei estava certo quando disse que tudo o que ele gosta é imoral, ilegal ou engorda. Comida gostosa, mas gostosa mesmo, viciante, só é boa porque é calórica - os aspargos que nos perdoem, mas gordura e açúcar são fundamentais. Não para a saúde, mas para o cérebro. Ele gosta mesmo é de porcaria. Nosso cérebro nos recompensa com doses de dopamina cada vez que comemos algo bem calórico, energético. É que no passado isso era questão de sobrevivência - havia pouca comida disponível, então quanto mais calórica ela fosse, melhor. A massa cinzenta dá essa mesma recompensa dopamínica depois do sexo ou de drogas pesadas. Por isso mesmo basta experimentar qualquer uma dessas coisas uma única vez para ter vontade de repetir. Com comidas energéticas, recheadas de carboidratos ou gorduras, não é diferente, você sabe. É impossível comer um só.

Mito - Frango com hormônio
Uma das lendas mais persistentes é a de que o frango é entupido de hormônios. E que esse hormônio pode ser letal para nós. Não. Não rola hormônio. "O segredo para o frango crescer tão rápido está na genética", diz o engenheiro agrônomo Gerson Neudí Cheuermann, da Embrapa. A fórmula da ração do frango não é segredo: além de milho, soja e minerais, entram aminoácidos produzidos em laboratório (metionina e lisina), que servem de fato para bombar o galináceo, mas não fazem mal para quem come.

E a indústria dos alimentos se formou justamente em torno das comidas que mais liberam dopamina. Isso começou no final do século 19, com o início da produção em massa de açúcar e farinha de trigo refinada. Refinar uma planta significa estirpá-la de suas fibras, proteínas, minerais e deixar só o que interessa (pelo menos do ponto de vista do cérebro): carboidrato puro, energia hiperconcentrada. Depois vieram conservantes mais potentes (como o antiespumante e o antioxidante lá do nugget) e o processamento artificial, com máquinas que transformam carcaças de bichos e um monte de subprodutos de milho e de soja em coisas bonitas e de sabor viciante. Começava a era da comida industrializada. A nossa era.

E a produção de alimentos nunca mais seria a mesma. O cérebro do consumidor guia a indústria dos alimentos. Esse cérebro prefere comida turbinada por açúcar e gordura, certo? Então a seleção natural age de novo, mas dessa vez no mercado: só sobrevive quem produz comida mais gostosa. E a mais gostosa é a gorda (olha o Robertão aí de novo!). Natural, então, que o mercado de comida processada acabasse dominado por bombas calóricas. Nosso amigo nugget, por exemplo, recebe doses extras de gordura (óleo hidrogenado de soja) e também de açúcar (a glicose). Mais do que alimentar, a função dele é dar prazer. 

Mas é um prazer que pode custar caro. Um "suco natural" industrializado, por exemplo, pode ter até duas colheres de açúcar para cada 200 mililitros. Nosso corpo não é adaptado para suportar doses cavalares como essa o tempo todo. A produção de insulina, por exemplo, pode sobrecarregar e dar pau - e sem esse hormônio, que gerencia o processamento de acúcar no organismo, você se torna diabético. 

Nos EUA, 1 em cada 10 adultos tem diabetes - duas vezes mais do que em 1995. E a perspectiva é que essa proporção triplique nas próximas décadas, agora que 1,6 milhão de novos casos são diagnosticados por ano. Para completar, 70% da população é considerada acima do peso. E nós aqui no Brasil estamos indo por esse caminho. Quanto mais a economia cresce, maior fica a nossa cintura. No meio dos anos 70, quando o IBGE mediu pela primeira vez o peso da população, 24% dos brasileiros estavam acima do peso. Hoje são 50%.

O aumento de peso pode ser o resultado mais visível de uma dieta inadequada. Mas quem está na parcela sem pneuzinhos da população também corre riscos. Principalmente por causa de outro ingrediente-chefe da comida industrializada: o sal. "A maior parte do sal que a gente consome não está nos saleiros, mas nos alimentos processados" diz Michael Klag, diretor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade John Hopkins, nos EUA. O sal é adicionado para ajudar a preservar o produto e, principalmente, reforçar o sabor. E ele acaba onde você menos espera. Está nos cereais de café da manhã e até nos achocolatados - para deixar o chocolate menos enjoativo.

A Organização Mundial da Saúde recomenda o consumo de, no máximo, 6 gramas de sal por dia para evitar pressão alta - e as doenças que ela causa. Os brasileiros comem o dobro disso. De acordo com a Ação Mundial pelo Sal e pela Saúde, uma organização que reúne membros em 81 países para tentar diminuir o consumo global de sal, se a população mundial comesse apenas os tais 6 gramas de sal por dia, haveria 24% menos casos de ataques cardíacos pelo mundo e 18% menos derrames.

Os hábitos alimentares de hoje podem estar contribuindo também para um aumento em alergias alimentares e doenças intestinais. Para você ter uma ideia, o número de pessoas internadas em hospitais por causa de alergias nos EUA quadruplicou entre 2000 e 2006 (de 2 600 para 9 500 pessoas por ano). O maior suspeito aí é a falta de fibras da comida industrializada.

Uma pesquisa liderada por Paolo Lionetti, da Universidade de Florença, analisou a flora intestinal de crianças italianas e comparou com a de garotos de Burkina Fasso, na África, que têm uma dieta rica em fibras e nunca viram comida processada. Então descobriu que as crianças africanas tinham uma flora intestinal mais variada, capaz de protegê-las de uma série de doenças. "Acredito que a dieta dos países ocidentais tem um papel importante no aumento das alergias e infecções intestinais", diz Paolo.

Os nuggets, pizzas congeladas e cia. não são o único problema. A comida reconhecidamente saudável também tem seus pontos fracos. Dados dos governos americano e inglês mostram quedas nas quantidades de ferro, vitamina C, riboflavina, cálcio, zinco, selênio e outros nutrientes em dezenas de colheitas monitoradas desde os anos 50. Hoje, você tem que comer 3 maçãs para ingerir a mesma quantidade de ferro, por exemplo, que uma maçã fornecia. São várias as razões que poderiam justificar esse fenômeno. Parte da explicação pode vir dos critérios que usamos no melhoramento genético, selecionando variedades de milho, soja e outras plantas segundo a produtividade, não a qualidade nutricional. Pior: nossas plantas criadas à base de fertilizantes, como crescem mais rápido, têm raízes menores e menos tempo para acumular nutrientes além daqueles que vêm no próprio fertilizante. Mais: poupadas de lutar contra insetos pelo uso de pesticidas, estariam produzindo menos polifenóis - substâncias que usam como mecanismo de defesa e que nos beneficiam por suas ações anti-inflamatórias e antialérgicas.

11020904bVENENO NA FEIRA
Tão fundamentais para a agricultura moderna quanto os fertilizantes são os pesticidas. Ainda mais com as monoculturas sem fim de hoje. Imagine o que acontece quando um inseto que tem na raiz da soja seu prato preferido topa com hectares e mais hectares onde só existe essa planta? Ele não arreda mais o pé dali, se reproduz vertiginosamente e traça tudo o que vê pela frente: eis uma praga agrícola. Elas não são novidade. Mas claro que, com a demanda por alimentos que existe hoje, seja ou não comida industrializada, não dá para abrir mão deles.

Verdade - Dá para se proteger dos agrotóxicos veja como:
1. Prefira produtos locais
Frutas importadas, por exemplo, terão mais químicos para suportar a viagem e chegar em bom estado ao Brasil. 

2. Lave as frutas com esponja
Só água pode não ser o bastante para tirar os resíduos de pesticida.

3. Compre produtos da época
As frutas que não são da estação recebem mais agrotóxicos para durar além da conta.

4. Evite a beleza exagerada
Desconfie da fruta que parece obra de arte. Ela pode ter recebido mais agrotóxicos.

No Brasil, menos ainda. O surgimento de novas pragas, como a ferrugem de soja (um fungo nocivo), transformou o país no maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Superamos os EUA nesse quesito em 2008, quando o mercado de defensivos agrícolas movimentou mais de US$ 7 bilhões no país. A façanha tem consequências. Em junho passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou o relatório anual sobre a presença de resíduos de agrotóxicos nas frutas, verduras, legumes e grãos que o brasileiro consome. Das 3 130 amostras de 20 culturas de alimentos estudadas pela agência em 2009, 29% apresentaram alguma irregularidade. Mas não é motivo para pânico. "O fato de um alimento apresentar resíduos de pesticida além do limite estabelecido não indica necessariamente risco para a saúde", diz a toxicologista Eloisa Caldas, da Universidade de Brasília. O ponto, segundo ela, é evitar uma dieta monótona. Quanto mais variada sua alimentação, menos chance você tem de comer o mesmo pesticida. E isso diminui o risco de intoxicação. 

Mais seguro ainda é comprar alimentos orgânicos. Eles não recebem veneno em nenhum momento, desde o plantio até a gôndola do supermercado. Nem veneno nem fertilizante químico. Então são mais saudáveis para o ambiente. E a quantidade de nutrientes por centímetro cúbico é maior. O problema é que a produção da lavoura orgânica é, em média, 30% menor que a convencional - e os vegetais que saem dela acabam 30% mais caros. 

Estudos mostram que, mesmo assim, daria para alimentar o mundo só com orgânicos. Mas só se o consumo de carne diminuir. O que uma coisa tem a ver com a outra? É que boa parte do que plantamos é para alimentar animais de criação. Uma peça de picanha, por exemplo, exige 75 quilos de vegetais para ser produzida. Só que o mundo está cada vez mais carnívoro - a China, depois de ter virado a 2ª maior economia do mundo, passou a comer 25% de toda a carne do planeta. Hoje temos 20 bilhões de animais de criação, e a perspectiva da ONU é que esse número vá dobrar até 2050.

Até existe um tipo de carne que não depende nada das plantações: os peixes selvagens. Mas eles não são a alternativa. Primeiro, porque os mais nobres estão acabando. Algumas espécies de atum e de bacalhau não devem escapar da extinção. Segundo, porque existe o perigo da contaminação por mercúrio, pelo menos para quem come certos peixes com frequência.

Cuidado: até os peixes mais saudáveis podem estar contaminados.
Nível de mercúrio 
Quanto mais alta a concentração, maior o perigo para quem come com frequência* 

Moderado
Atum em lata
Bacalhau

Alto
Atum DE SUSHI
Anchova

Muito alto
Cação
Peixe-espada

Funciona assim: embora o metal possa ser encontrado em todos os ambientes, é no meio aquático que mora o perigo. Graças à ação de bactérias, sobretudo em zonas alagáveis, o mercúrio é transformado em sua forma orgânica e mais perigosa: o metilmercúrio. Nessa versão, ele penetra nas algas. As plantas aquáticas têm baixo teor de mercúrio, mas os peixes herbívoros (que se alimentam dessas plantas) têm um pouco mais. E os predadores (que comem os herbívoros) acabam com um índice bem maior. Quanto mais perto do topo da cadeia alimentar, mais contaminado tende a ser o peixe. Não significa que todo peixe grande esteja contaminado. Se ele vive numa região livre de mercúrio, o que é comum, não tem problema. Mas claro: quem vê cara não vê contaminação. Você só tem como saber o estado dos peixes que comeu se acabar intoxicado - os sintomas são tremores, vertigem, perda de memória, problemas digestivos e renais, entre outros. Não, não precisa parar de comer esses peixes, só ter alguma moderação (veja no quadro). Mas o risco não deve diminuir - o mercúrio é um resíduo das termelétricas. E a maior parte do mundo ainda é movida a carvão...

11020904cPeixes contaminados, overdose de gordura e açúcar, fertilizantes que dependem de combustíveis fósseis e destroem ecossistemas... Estamos no fim da linha, então? Sim. 

Mas já estivemos antes. Ontem mesmo era 1960, o mundo tinha 3 bilhões de habitantes e uma certeza: estávamos à beira de um colapso. Mais um pouco e não teria comida para todo mundo. Mas não. Chegamos a 6,5 bilhões de pessoas graças justamente à globalização dos fertilizantes e da comida industrializada - a produção em massa barateou os alimentos. Esse boom alimentício ficou conhecido como Revolução Verde. Agora, precisamos de mais revoluções. Uma, a da conscientização sobre os perigos do fast food e da comida processada, já começou. E a ciência tem feito seu papel também, pesquisando alternativas que vão de plantas geneticamente modificadas que dispensam fertilizantes e pesticidas até carne de laboratório - um meio de entregar proteínas sem o intermédio de animais. Seria uma espécie de segunda Revolução Industrial da comida. Não sabemos como nem quando ela vai acontecer. Mas há uma certeza: não podemos ser bestas de esperar pelo colapso.

Mito - Salmão com corante
O salmão é um peixe branco por natureza. O rosa vem da astaxantina, um pigmento que existe em algas microscópicas. Primeiro o camarão come essas algas, depois o salmão come o camarão e fica rosado. Só que os peixes criados em tanques não comem camarão. Deveriam ficar brancos a vida toda. Mas não. Eles são rosa também (menos, mas são). Corante? Não exatamente: o que fazem é colocar astaxantina na ração dos peixes - ela pode ser sintética ou vir daquelas microalgas mesmo.

• Cada 100 quilos de fertilizante químico emite 540 quilos de Co2 para ser fabricado.

• 1/3 das emissões de gases-estufa vem da agropecuária.

• Em 1940, gastávamos 0,5 caloria de combustível fóssil para produzir 1 caloria de comida, hoje gastamos 20 vezes mais.

• Hoje, A área desmatada na Amazônia para criar GADO equivale à de 100 cidades de São Paulo.

• 2/3 de todos os antibióticos fabricados nos EUA vão para a alimentação do gado. Isso cria superbactérias.

• 80% do pimentão vendido no Brasil tem mais agrotóxico que o permitido.

• Depois vêm: 56,4% - UVA / 54,8% - PEPINO / 50,8% - MORANGO

• As frutas anabolizadas por fertilizantes têm menos nutrientes como ferro, vitamina C, cálcio e zinco que as orgânicas.


* Mesmo o consumo diário pode não trazer riscos. Mas, se alguns desses peixes formam a base da sua alimentação, vale conversar com um médico sobre os perigos. ** Os mais usados nos restaurantes japoneses são o atum-branco e atum-amarelo. O de lata costuma ser da espécie skipjack, menor (e menos suscetível ao mercúrio).

Para saber mais 

O Dilema do Onívoro
Michael Pollan, Intrínseca, 2007.

Uma História Comestível da Humanidade

Tom Standage, Zahar, 2010.
Fonte: Abril

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Crianças brasileiras são que menos se preocupam com o meio ambiente entre os latino-americanos

Comunicação Portal Social

Uma pesquisa realizada pela emissora de TV Nickelodeon mostrou que as crianças brasileiras são as que menos praticam esportes nas escolas e menos se preocupam com o meio ambiente e a sustentabilidade entre os latino-americanos. De acordo com o estudo, 56% das crianças brasileiras dão atenção ao meio ambiente, enquanto países como México, Venezuela e Chile apresentam índices de 84%, 73% e 70%, respectivamente.

De acordo com a pesquisa, os brasileirinhos não sabem muito o que fazer pela sustentabilidade, mas buscam desempenhar o básico, como: não jogar lixo na rua, não escovar os dentes com a torneira aberta ou demorar pouco tempo no banho. Mas, apesar de ainda estarem aprendendo sobre cuidados com o meio ambiente, a pesquisa mostrou que as crianças brasileiras são bastante suscetíveis a ações ecológicas de empresas - como plantar mudas nativas ou utilizar papéis reciclados.

Os jogos são aliados
Para tentar mudar esse cenário, professores e pais tentam educar as crianças por meio de jogos e atividades lúdicas. Segundo a educadora de infância Mônica Semedo "ao jogar, a criança aprende a conviver em grupo e a lidar com frustrações quando não ganha o jogo, apura a concentração e a atenção sobre tudo o que está à sua volta".

Esse tipo de atividade também é incentivada por institutos que trabalham com a divulgação de práticas sustentáveis, como o consumo consciente e a reciclagem, por exemplo. De acordo com o Instituto Akatu, os jogos contemporâneos podem ajudar nessa lição. Os chamados "ecojogos" são uma alternativa educacional a ser utilizada, pois divertem e transmitem mensagens em prol do meio ambiente e de atitudes 
sustentáveis.


Fonte: EcoDesenvolvimento

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mudanças climáticas deixam alerta no planeta: falta d’água e de comida

Mais quente, mais propenso a desastres naturais e com menos comida. É o planeta Terra em um futuro cada vez mais próximo.

Muito tem se falado sobre o aquecimento do planeta e todos se mostram assustados com essas enchentes, com a chuva e com o mau tempo que castiga não só o Brasil, mas outros continentes. Mais calor, menos comida e mais um efeito preocupante das mudanças no clima: a falta d’água e a falta de comida para milhões e milhões de pessoas.


A comida parece farta em supermercados de grandes centros do mundo, mas nos últimos anos têm sido cada vez mais frequentes protestos isolados por causa do preço dos alimentos. Especialista em agronegócios, o britânico Richard Warburton diz que a guerra do futuro pode ser para conseguir água e comida e não, como se pensava, a disputa por petróleo e territórios.

Em Nova York, as Nações Unidas estudam os efeitos do aquecimento global. As pesquisas indicam uma reação em cascata. As mudanças climáticas afetam a produção agropecuária. Com isso, a oferta diminui e os preços dos alimentos disparam.
Em Teresópolis, as chuvas destruíram 80% da produção agrícola. O Quênia acaba de enfrentar a terceira pior estiagem em mais de uma década. Nessa época do ano, era para o capim estar verde e alto, mas os produtores locais reclamam que perderam centenas de cabeças de gado, porque não havia o que comer.

Mesmo em países onde o clima é favorável à agricultura, os efeitos do aquecimento global são sentidos pelos produtores. Os recursos naturais estão diminuindo, e a explosão da população mundial indica que o problema pode se agravar nas próximas décadas.

O chefe do painel da ONU sobre mudanças climáticas, Rajendra Pachauri, prevê um futuro sombrio. “Inicialmente os preços vão subir. Depois haverá escassez de produtos no mundo”, afirma.

As fontes naturais para produção de alimentos estão sob ameaça. Do petróleo não se refina apenas o combustível dos tratores e caminhões usados na agricultura. Ainda se tira o plástico usado para processar e empacotar a comida. Na quarta-feira (19), o preço do barril estava sendo negociado na Bolsa Mercantil de Nova York por menos de US$ 91, mas há dois anos chegou a custar quase US$ 150 por causa das ameaças de queda na produção mundial.

A alternativa, o biocombustível, ainda provoca polêmica. Nos Estados Unidos, a estimativa é de que um terço do plantio de milho seja usado para produzir etanol. O risco é que a produção de biocombustível consuma o que poderia servir de comida e inflacione ainda mais o preço dos alimentos.

A falta de água também é uma ameaça. Mais de um bilhão de pessoas não tem acesso à água limpa, e o consumo deve dobrar nos próximos 20 anos. Em Punjab, na Índia, o uso da água para irrigar as plantações de trigo secou parte dos rios. Os fazendeiros antes cavavam poços rasos e logo encontravam água. Agora estão se endividando para comprar equipamentos caros que consigam perfurar poços profundos. Nem assim têm encontrado água. Os recursos naturais são limitados.

A população do mundo dobrou nos últimos 40 anos para quase sete bilhões de pessoas. Especialistas alertam que, usando as técnicas atuais de agricultura, não vamos conseguir produzir para tanta gente. Em 2050, precisaremos ter o dobro da quantidade de comida que é produzida agora. É como se criássemos uma fazenda do tamanho do Brasil apenas para alimentar a nova população mundial.

Nos mares e rios, as previsões também são pessimistas. A pesca predatória está levando peixes e mariscos à extinção. Especialistas acreditam que os estoques acabariam a partir de 2048.

“Precisamos mudar nossos hábitos alimentares. A quantidade de comida consumida em países ricos não é sustentável, e o consumo em países em desenvolvimento vai continuar aumentando”, diz Pachauri.

O mundo tem o desafio de mudar a relação com os alimentos: o que e quanto se come e a forma de distribuição entre a população mundial.

Fonte: G1

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Degelo acelerado dos Andes ameaça América do Sul

Por Fabiano Ávila - Desaparecimento das geleiras em países como o Peru, que dependem delas para o fornecimento de água, já preocupa e pode resultar em milhões de refugiados climáticos e na desestabilização de todo o continente.


O Peru possui 70% de todas as geleiras existentes na zona tropical do planeta, que são fundamentais para o fornecimento de água e para o próprio clima de diversos países. Porém o aumento da temperatura está provocando o degelo dessas regiões em um ritmo mais rápido que o previsto por cientistas e existe o risco de que nos próximos 10 anos geleiras inteiras deixem de existir.

Se esse cenário se confirmar, uma grande crise econômica e social pode desestabilizar todo o continente, fazendo surgir mais conflitos entre os países.

“Imagine o que pode acontecer se as geleiras andinas se forem e milhões de pessoas famintas tiverem que migrar para outras regiões”, explicou ao jornal Washington Post o ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), James Woolsey.

Dados dos últimos 40 anos do governo peruano já mostram o impacto do degelo na agricultura e no modo de vida das pessoas que moram nas zonas mais próximas às geleiras.

“Antes eu caminhava duas horas e já alcançava a geleira. Mas agora, eu ando cinco, seis horas para chegar à ela. Nós pegamos toda a nossa água de lá, se o gelo desaparecer simplesmente não teremos mais água”, disse Maximo Juan Malpaso Carranza, agricultor da comunidade andina de Utupampa.

Mais de dois milhões de peruanos dependem diretamente da água coletada na chamada Cordilheira Branca. Porém, pesquisadores afirmam que essas montanhas já perderam 30% de suas geleiras desde 1970.

O próprio governo do país reconhece que precisa de ajuda para lidar com a situação, seja com a construção de reservatórios e represas ou  com investimentos que melhorem a produção agrícola.

“Se o Peru e seus aliados não criarem projetos para conservar água, melhorar a infraestrutura e controlar o degelo nos próximos cinco anos, o desaparecimento das geleiras podem levar a um desastre social e econômico”, afirmou Alberto Hart, conselheiro de mudanças climáticas do Ministério de Relações Exteriores do Peru.

Para minimizar esse quadro, o governo peruano está tentando arrecadar junto à comunidade internacional US$ 350 milhões por ano até 2030.

No ano passado, o Peru recebeu US$ 30 milhões dos Estados Unidos em ajuda para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Porém, a maior parte desses recursos acabou destinada para as áreas de florestas do país.

O Banco Mundial já vem trabalhando com o Peru para monitorar o suprimento de água e implementar modificações na agricultura. Japão, Austrália e Suiça também ofereceram ajuda.

Mas o degelo dos Andes não afetará apenas o Peru, pois terá sérias consequências de forma direta na Bolívia e no Equador, onde cidades já convivem com a ameaça de enchentes relâmpago e seca. Os rios que formam a Bacia Amazônica também deverão sofrer, já que nascem na cordilheira.  Todos os impactos do degelo ainda não estão claros e mais estudos deveriam ser incentivados pelos governos sul-americanos.

A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) identifica a América do Sul como uma das áreas mais vulneráveis às mudanças climáticas. Além do degelo dos Andes, praticamente todo o litoral do continente está sujeito a fortes tempestades e enchentes, fenômenos extremos que põe em risco milhões de pessoas devido à densidade populacional e a ocupação desordenada nas cidades.

Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Agências Internacionais

Nota Jatai News - Para quem não sabe o Rio Amazonas nasce nas cordilheiras do Perú e esse degelo pode afetar o maior eco-sistema do mundo que é a floresta amzônica. Realmente é de dar medo.